Doenças

Criptorquidia (testículo fora da bolsa escrotal)

O termo cryptorchidia significa testículo escondido ou obscuro em grego. Por definição é o testículo que não é palpável na bolsa escrotal ou que não pode ser levado até ela durante o exame médico.

O testículo criptorquídico poderá ser palpável ou não durante o exame da criança. Quando palpável, o testículo pode ser retrátil (não é verdadeiramente não-descido,pois o médico consegue levá-lo até o escroto), descido incompletamente ( ele está no trajeto de descida mas não chegou à bolsa escrotal) ou ectópico (fora do trajeto normal durante a migração para o escroto). Testículos não palpáveis podem ser intra-abdominais ou atróficos ou ausentes. Estes, geralmente são resultados de torção testicular perinatal. Recém nascidos têm incidência de 3 a 5% de testículos não descidos (destes, 30% é bilateral). Recém nascidos prematuros, pequenos para a idade gestacional, com baixo peso ao nascimento e gêmeos apresentam maior risco de criptorquidia.

Durante o primeiro ano de vida há a possibilidade de que o testículo migre espontaneamente para a bolsa escrotal. Deste modo, ao redor de 1 ano de vida, apenas 0,7 a 1% dos meninos ainda terão o testículo fora da bolsa escrotal. Após esta idade, a migração espontânea é pouco provável.

Testículos criptorquídicos podem apresentar deficiência na produção de espermatozóides, provavelmente pela ação da temperatura mais elevado fora da bolsa escrotal ou decorrente de fatores intrínsecos do próprio testículo. No entanto, estudos através de questionários, mostraram que a taxa de paternidade em pacientes com criptorquidia unilateral é semelhante ao da população normal. Mas a taxa é reduzida naqueles pacientes com criptorquidia bilateral. Além disso, existe um risco de 30 a 40 vezes maior de desenvolvimento de câncer, em um testículo fora da bolsa escrotal. Os testículos fora da bolsa escrotal também estão mais sujeitos a torção e traumas.Em 90% das crianças com criptorquidia encontramos hérnia inguinal associada.

Tratamento

O posicionamento do testículo na bolsa escrotal deve ser realizado até a criança completar um ano de vida. Alguns autores preconizam realizar o tratamento ao redor dos seis meses de vida. Os objetivos do tratamento são prevenir as alterações estruturais que provocam infertilidade, facilitar o acompanhamento para realizar diagnóstico precoce, no caso de malignidade, reduzir o risco de torção do funículo espermático e de traumas, realizar herniorrafia, quando necessário e prevenir problemas psicológicos pela ausência do testículo na bolsa escrotal. O tratamento padrão é a cirurgia (cirurgia aberta ou laparoscópica). As opções por tratamentos hormonais existem mas não se aplicam a todos os pacientes.

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